Skoob – Site de relacionamentos sobre leituras
Um novo espaço para os amantes da leitura chega aos poucos na internet, e promete dar o que falar. O skoob – [www.skoob.com.br] – um site de relacionamentos onde o usuário se cadastra e vai montando gradativamente sua estante virtual, relacionando os livros que já leu os que ainda quer ler, aquele que parou no caminho [e é bom ficar ali lembrando que precisa ser terminado!]. Aquele que vai reler, ou está relendo. Além do que está lendo no momento.
Compartilhar gostos por leituras específicas, trocar informações sobre aquele livro que morre de vontade de ler e alguém já leu.
Se o livro que você leu ainda não está cadastrado no site, faça isso. Assim aumenta as chances de funcionamento de algo que ao que parece, veio pra ficar. Atualmente, são mais de 10.000 títulos cadastrados, e você pode opinar sobre o livro, criticar, elogiar, elaborar uma resenha, e até mesmo conhecer pessoas que tenham o mesmo interesse de leituras, o que cá pra nós pode ser uma troca fantástica.
Na página inicial figuram os mais recentes livros cadastrados e os mais lidos. Em minha opinião ainda falta uma separação melhor no item estante, onde poderiam ficar separados por gêneros as leituras de cada um, ou algo assim, mas creio que isso, junto com outros detalhes, será aperfeiçoado com o passar do tempo, tornando o site uma ferramenta além de interessante, de extrema utilidade pela troca cultural que pode passar a existir.
Tudo bem que pesquisas na área mostram que a leitura não está entre os hábitos preferidos do brasileiro, mas nós, leitores vorazes sempre temos a esperança de que mais dia menos dia as pessoas comecem a se render aos encantos da leitura. Comece lendo o que gosta muito, sobre assuntos que lhe interessem, e depois quando perceber estará lendo para aprender mais sobre algo, ainda que não goste muito, estará lendo por ler, lendo por prazer, lendo por não ter o que fazer. Lendo simplesmente por ler.
Os minutos que o Google parou
Lendo a reportagem na Revista da Semana, sobre os 58 minutos que o Google, maior buscador da internet, ficou fora do ar e deixou o planeta “suspenso”, do Brasil à Indonésia, da Inglaterra à Austrália, não pude deixar de ficar pensando nisso, pela questão sociológica, pelas “dependências” que o ser humano vai criando. Há inclusive um termo recente, de acordo com a reportagem, que encaixa com esse fato, da dependência. Monocultura, que é um fenômeno que brota quando um produto ou uma tecnologia torna-se dominante. De certa forma padronizam um sistema, deixando as pessoas “reféns”.
A exemplo: Pra todas as dúvidas, desde a pontada no terceiro dedo da esquerda pra direita, até como configurar o som, quem escreveu a frase, a música, o poema.
Quer saber da vida de alguém? Da um Google. Quer buscar um telefone? Endereço? Saber quem escreveu aquela frase que não sai da sua cabeça? Procurar uma letra de música? Um trecho de um poema? Um site que ouviu meio falar e não tem certeza? Pesquisas escolares nem se fala. E quando uma dúvida, sobre o que significa a palavra tal, surge diante do computador? Da Google nela!
No dia 31 de janeiro de 2009, entre 12h27 e 13h25 o Google parou. Saiu do ar e a mensagem foi a seguinte: “Este site pode danificar o seu computador”. O problema foi causado por uma falha humana. Uma lista foi atualizada por engano e os sites com o símbolo /, ou seja, todos, foram bloqueados.
E o mundo entrou em “pânico”. A certeza é única, que viver sem o Google traz certo “desespero”.
O buscador é ideal para ser página inicial, já que com poucas imagens carrega rápido e além de tudo já saimos direto onde podemos de tudo digitar. Nome, sobrenome, apelido, datas, palavras, perguntas, afirmações. Está tudo ali, Indexado. Linkado. Plugado.
Estamos na rede, Dependentes da rede. Viciados na rede. Epa. Viciados na rede? E da-lhe um Google para não perder o costume, na expressão: “tratamento viciados na internet”, e o resultado é que existem aproximadamente 46.700 links para a frase.
Se já não bastasse os vícios naturais, normais [?], do café, do cigarro, do chocolate, da jogatina etc. Viciados na internet!
Onde vamos parar? Será que dar um Google responde?
Inspiração para escrever sobre o assunto: Revista da Semana, de 12 de fevereiro de 2009.
Crítica a TV. Conteúdo e forma.
A televisão gera indigência mental e conformismo, trazendo um mar de futilidades. Tem as imagens que o rádio não possui e é capaz de fixar hábitos na rotina das pessoas. Entrou na corrente sanguínea do brasileiro, que passa em média 3,9 horas diária com os olhos vidrados na tela. A TV não exige mobilidade nem alfabetização, só o controle remoto. E além de tudo é hipócrita. Pauta nossas conversas, dita nossa hora de dormir, a decoração de nossas casas, a qualidade do que comemos, compramos e sabemos.
Dados da unesco, dizem que, os brasileiros até quatorze anos passam vinte e oito horas semanais com a tv contra vinte e três horas semanais com a escola.
Babá hipnótica ela atrai, fisga, seduz. Invade o imaginário, dita regras de conduta e modelos imitados. Estima-se que, quinze por cento do público, compra sessenta e cinco por cento do que é anunciado na tv. Com seu modo próprio de tratar as coisas da vida, retratar o cotidiano, enquadrar a realidade em seu terreno e ao sabor dos seus caprichos a publicidade inverte valores, os programas redefinem os limites da privacidade e o jornalismo dança conforme o entretenimento.
A vida ganha cores paralelas e outro contorno.
A insaciavel curiosidade alheia é alimentada.
A vida vira filme e há cada vez mais gente disposta a tudo para deixar de ser figurante.
Qual o limite entre a ficção e a realidade? O que é fato e o que é simulacro?
A TV banaliza comportamentos, o modo como encaramos a violência, o sexo e a censura. Fragmenta seu auditório em cem milhões de lares com suas fórmulas batidas, a emergência de shows popularescos de auditório, o avanço da uma submúsica indigente e pornográfica, a erotização generalizada e a disseminação de um jornalismo demagógico e sensacionalista.
Fora anunciada como a prodigiosa máquina que daria às pessoas o acesso ao melhor da arte, da ciência e da cultura universais. O mundo entra nas casas, o conhecimento é incutido pelos olhos e ouvidos, sem esforços, sem custos, com prazer. Alienante e desmobilizadora, já chamada por estudiosos de máquina de fazer doidos, e definida por Henfil como “a máquina de chupar cérebros”, ela está presente em todos os lares, em todos os lugares. Alienando, subvertendo, alimentando imaginários e consumos. Já parou pra refletir?
Papel Apagável
Em uma era de e-papers e telas touch screen. Digitalização a todo vapor e documentos nas telas do computador, a Xerox está em fase de desenvolvimento de um papel apagável. Trata-se de uma nova tecnologia de impressão, que produz imagens que duram apenas um dia. Ideal para pessoas que tem dificuldade de ler nas telas, e preferem ainda o “velho” papel em mãos.
De acordo com pesquisas de uma empresa americana, apenas três em cada cinco folhas impressas, são necessárias por mais que um dia. O que representa quase metade do material impresso, inútil menos de 24 horas depois.
A idéia já está patenteada, mas a tecnologia ainda se encontra em fase de testes antes de se tornar uma iniciativa comercial, facilitando a vida daqueles [muitos] que para ler emails, páginas da web e materiais de referência, preferem imprimir, ainda que seja para apenas uma única leitura. As informações em papel ainda são melhores de serem trabalhadas, apesar de todos os avanços tecnológicos a que temos acesso.
A tinta da impressora, na nova tecnologia, desaparece do papel cerca de 16 a 24 horas, e o mesmo papel pode ser reutilizado centenas de vezes.
O conteúdo não fica tão escuro quanto o da impressão de um laser ou jato de tinta em papel comum, fica um sombreado, o que possibilita diferenciar o tipo de impressão impossibilitando fraudes de documentos e afins. A base da tecnologia são compostos, que mudam de cor quando absorvem determinada onda de luz [ambiente ou calor], e depois desaparecem gradativamente.
No site da empresa não consta informação alguma sobre o assunto. Deverás pelo fato de ainda não estar em fase de comercialização.
A nós, meros mortais nos resta aguardar.
Que nos seja disponibilizado. Que nos encante o olhar. E nos surpreenda. Cada dia mais. As novidades tecnológicas.
Idéia de escrever sobre o assunto: Galileu, novembro de 2008.
Sociedade do Espetáculo
O mecanismo do espetáculo se sobrepõe ao bom senso. Já não há mais medidas para as coberturas jornalísticas, que têm como principal objetivo conquistar a audiência, que conquista a publicidade, que conquista consumidores, que buscam pelo espetáculo, em um círculo vicioso sem fim. Os meios de comunicação passam a fazer parte dos acontecimentos. Quando entrevista um criminoso, no ato do crime, por exemplo como no caso Eloá [garota assassinada pelo ex-namorado em Santo André], a polícia, junto com o sequestrador e a vítima, fazem parte de um circo, montado por si só, mas sustentado e principalmente levado a público pela imprensa. As pessoas excluídas a força da sociedade, querem, também a força, serem incluídas nessa sociedade, e muitas vezes cometem atos atrozes, na ânsia de aparecer, de ser o personagem central, o protagonista. Nem que seja nas páginas policiais.
E quais os limites da ética no uso de imagens e detalhes que só fazem alimentar uma superficialidade, um fato, sem possibilidades de análise do contexto? As cenas são mostradas como se fossem capítulos de uma novela. Como se pessoas reais, com sentimentos, não estivessem envolvidas, sendo obrigados a lidar com os mesmos fatos, a mesma dor, por dias e dias a fio, ao sabor da imprensa.
A sociedade do espetáculo, bem descrita por Guy Debord, conclui que todo o capitalismo conflui para o espetáculo. Muitas vezes as cenas são recriadas, como no caso de Trumam Capote quando escreveu “A Sangue Frio”, um livro que fala sobre um assassinato de uma família no Kansas. Com uma matéria em mãos, a curiosidade e o senso de repórter aguçados, o jornalista dá um exemplo de texto narrativo, em estilo literário e envolvente, contando detalhes do assassinato com entrevistas com os acusados.
Quanto de verdade e quanto de espetáculo? Não se sabe. Apenas sabemos que as coisas não são como elas são, mas como nós somos. E se vemos com os olhos da espetacularização, tudo será sempre, espetáculo. Resta-nos entregar os pontos. Ou questionar, resistir. Não assistir.
Troque a televisão por um livro. Informe-se. Veja TV se preferir, mas não de forma passiva, sem questionar. Não se deixe levar, a ponto de aceitar uma verdade já montada, sem possibilidade de análise dos fatos. Reflita. Insista. Persista.
Idéia de escrever sobre o assunto surgiu do: O Estado de S. Paulo – 26 de Outubro de 2008